segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Hora de parar



Não é bem aliviado. Quando chega um treinador novo, tudo muda. Tínhamos uma filosofia de trabalho no ano passado, e agora ele está se adaptando ao clube. Pouco a pouco, no dia a dia, ele vai se adaptando. O Yury Krasnozhan era treinador do Lokomotiv, é russo, e tem uma grande experiência no futebol russo. Precisa se adaptar à estrutura do Anzhi, que é uma estrutura como a do Real Madrid, como dos maiores clubes do mundo. Queremos entrar nas competições europeias, conquistar o Campeonato Russo e vencer a Liga dos Campeões da Europa daqui a uns dois ou três anos.

E como dirigente? O Anzhi sondou jogadores como Neymar, Ganso, Lucas. Está de olho em jovens revelações brasileiras para a próxima janela?

Ainda estamos esperando para ver as melhores opções. O problema é que a Federação Russa não libera mais de seis estrangeiros por clube. Vamos ver o que a gente consegue. A ideia é trazer uns três jogadores russos de alto nível, da seleção, e mais uns dois estrangeiros. É claro que indico jogadores do Brasil, mas os clubes brasileiros estão dificultando muito as coisas. Graças a Deus os clubes estão conseguindo pagar bons salários e segurar os melhores jogadores. Para o futebol brasileiro, isso é ótimo, mas para a gente, aqui de fora, dificulta um pouco. Estamos atrás de um zagueiro e um atacante estrangeiro. Estamos pesquisando.
Vou parar neste ano. Vai ser em junho ou em dezembro. Ainda não decidi a data exata, mas será neste ano."
Roberto Carlos
Com tantas funções no Anzhi, uma volta ao futebol brasileiro está descartada?
Sim. Não tem mais jeito. Agora meu pensamento é no Anzhi. Depois, quando parar, penso em investir no futebol brasileiro. Comprar jogadores, como o Neymar, o Ganso e o Montillo e colocá-los no clube que a gente quiser, provavelmente em clubes brasileiros. Vamos levar jogadores de alto nível para o futebol brasileiro. Isso vai abrir o mercado. Casos como os de Petkovic e Montillo são bons exemplos.
E quando isso vai acontecer? Está pensando em parar?
Vou parar neste ano. Vai ser em junho ou em dezembro. Ainda não decidi a data exata, mas será neste ano.
Mas tem contrato com o Anzhi (até junho de 2013)...
Tenho contrato de cinco anos no papel, mas vamos fazer um contrato vitalício. O contrato, inclusive, já está pronto, mas ainda não está assinado. Quando parar de jogar, vou continuar trabalhando e ajudando o clube.
Como é sua relação com o presidente e proprietário do Anzhi, Suleiman Kerimov, magnata do petroóleo?
O Suleiman me dá todas as condições de trabalho, confia muito em mim. Ele é um cara  tranquilo, uma pessoa normal, como a gente. Encontro com ele quase todos os dias. Passo a minha experiência dos tempos em que joguei em clubes grandes, como Real Madrid, Inter de Milão, o Palmeiras daquela época. Vou ficar do lado dele até o dia que ele cansar de mim (risos). Ele me trata com muito respeito, me conhece como pessoa e isso é o que importa. Como jogador, ele já me conhecia, mas agora ele sabe a pessoa que sou. Não se surpreendeu com o que ele viu. Sou o Roberto Carlos da Silva de sempre. Só aconteceu de ser jogador de futebol.
Roberto Carlos, grêmio x corinthians (Foto: Agência Estado)Apesar da saída conturbada, Roberto gostou de ter 
jogado no Corinthians (Foto: Agência Estado)
Você falou que o Palmeiras "daquela época" em que jogou no clube (93-95) foi grande. Não é mais?
No futebol brasileiro, hoje, alguns clubes não respeitam os jogadores. O Flamengo, por exemplo, contrata o Vagner Love, mas deixa de pagar todos os outros jogadores por três ou quatro meses. Na minha época, o Palmeiras era organizado, tinha grandes jogadores e pagava em dia. Hoje, o que se vê é uma bagunça, torcedores cobrando jogadores fora das arquibancadas. Esse tipo de coisa não pode acontecer.
No Corinthians isso também aconteceu contigo. Você foi cobrado por torcedores após a eliminação na Libertadores e deixou o clube...
Não guardo mágoas. Umas das maiores experiências da minha vida foi jogar no Pacaembu lotado com 35 mil pessoas, sendo contra times grandes ou pequenos. O torcedor corintiano é muito fiel. O que aconteceu na minha saída não foi coisa de torcedor. Não podemos valorizar essas pessoas. São 100 no meio de 30 milhões. São pessoas que querem aparecer. Minha passagem pelo Corinthians, no geral, foi maravilhosa. Me deu a oportunidade de disputar novamente um Campeonato Brasileiro, um Paulista, a Libertadores. Foi uma pena eu ter saído, mas não posso reclamar do nosso país.

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