![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinb2inQpKXAV8brNU9IX1NMWP7PXtT7o4_v0crKKiZ1sr9VT6rsqsFu9UZdGc1mOfIzDGy-4XDvrCkusiNVBgqNEJfJGJWRHUHCoZZ3fUHpTrBQK9IH3i64U6iTCCGdcGEROFIvBrt7sw/s320/2659032.jpg)
Como são belos os teus seios! Foram feitos
à medida das minhas mãos. Pousa-os
na minha boca e conta-me
a tua história. Não tens
história? Não tens noite nem vazio nem praia
branca? Fala-me então
do sol, da migração dos pássaros, da mansidão
das estrelas ― fala-me de ti antes de possuíres
um nome, uma história. Sim
em qualquer parte
lançaremos os nossos corpos na relva; alfaias
efémeras; armas exíguas
ardidas na guerra. Como são belos
os teus seios! Trémulas
palavras. Deixa que neles eu me queime como quem
se deita num rio. Sinto
a terra mover-se. Iluminas
as águas e as estrelas. O percurso
é longo. O silêncio montanhoso. Debruço-me
na tua solidão.
por Casimiro de Brito in 69 poemas de amor
fotografia de Afealle
Nenhum comentário:
Postar um comentário