No iniciozinho de 2012 – muitos de vocês devem se lembrar – este blog tornou-se o epicentro de uma verdadeira batalha campal por conta de uma suposta carta aberta que escrevi para Michel Teló, através da qual, em tom de sátira, reclamava de sua onipresente “Ai Se Eu Te Pego”, isto justo no momento em que, em tantas outras rodas, debatia-se as dores e delícias causadas pela hiperexposição de um hit que começava a alçar voos mais altos. Amado e odiado em proporções equivalentes pelos argumentos empregados (mentira, os detratores, se não estavam em maior número, ao menos eram bem mais enfáticos), a mim coube amargar o ônus dos que atiram pedras em vespeiros, sobretudo a partir daqueles que enxergaram nos meus comentários traços de ironia, inveja ou elitismo musical. À época, cheguei a me arrepender da infeliz ideia de dizer algo a esse respeito, porque me pareceu que qualquer abordagem do assunto, por mais bem intencionada que fosse, seria igualmente explosiva, dado que, em nosso país, popularidade e sucesso, se combinados numa mesma sentença, parecem configurar um intransponível tabu, mais ainda quando o resultado dessa mistura aponta para além das fronteiras do território nacional.
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