Por Fábio Campos (O Povo)
“Notem que o defunto sob o lençol é apenas um componente a mais da paisagem. Ninguém parece incomodado com o intruso. Não acreditei que as pessoas fossem tão frias a ponto de continuar em suas mesas, tomando cerveja, comendo e mirando a vítima”
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Há poucos dias, um jovem foi assassinado a tiros na praça da Gentilândia, em Fortaleza (CE). A repercussão na cidade não foi grande. Apenas mais um homicídio. O caso virou notícia de rodapé de jornal. Do tipo que tem todo santo dia. Também deve ter saído nos programas policiais que servem defuntos na hora do almoço.
O noticiário informa que foi mais um homicídio de um tipo que se tornou muito comum. Possivelmente, segundo a PM, o caso se relaciona com o tráfico de drogas. A área foi isolada pela PM. Coberto por um lençol, o corpo passou horas estendido no chão.
No dia seguinte, alguém colocou nas redes sociais uma foto retratando uma exdrúxula situação. Na imagem (vejam acima), mesas e cadeiras fora da área isolada. Gente comendo, bebendo, se divertindo. Há poucos metros, o corpo.
Notem que o defunto sob o lençol é apenas um componente a mais da paisagem. Ninguém parece incomodado com o intruso e sua poça de sangue. Desconfiei da imagem. Não acreditei que as pessoas fossem tão frias a ponto de continuar em suas mesas, tomando cerveja, comendo sanduíche e mirando a vítima.
Sim sei que a morte a vida estão banalizadas em Fortaleza e adjacências. Vez ou outra, vejo na TV as crianças se divertindo para as câmeras diante de mais um assassinato na vizinhança. Mas, adultos impassíveis, serenos, comendo e bebendo indiferentes diante do corpo que jazia é um quadro que eu não queria crer como real.
O noticiário informa que foi mais um homicídio de um tipo que se tornou muito comum. Possivelmente, segundo a PM, o caso se relaciona com o tráfico de drogas. A área foi isolada pela PM. Coberto por um lençol, o corpo passou horas estendido no chão.
No dia seguinte, alguém colocou nas redes sociais uma foto retratando uma exdrúxula situação. Na imagem (vejam acima), mesas e cadeiras fora da área isolada. Gente comendo, bebendo, se divertindo. Há poucos metros, o corpo.
Notem que o defunto sob o lençol é apenas um componente a mais da paisagem. Ninguém parece incomodado com o intruso e sua poça de sangue. Desconfiei da imagem. Não acreditei que as pessoas fossem tão frias a ponto de continuar em suas mesas, tomando cerveja, comendo sanduíche e mirando a vítima.
Sim sei que a morte a vida estão banalizadas em Fortaleza e adjacências. Vez ou outra, vejo na TV as crianças se divertindo para as câmeras diante de mais um assassinato na vizinhança. Mas, adultos impassíveis, serenos, comendo e bebendo indiferentes diante do corpo que jazia é um quadro que eu não queria crer como real.
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