quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Desembargador diz que declaração de professor da Ufes é criminosa

Depois de acompanhar na imprensa o relato de alunos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) sobre declarações preconceituosas de um professor de Economia da instituição, o desembargador Willian Silva entrou com uma representação criminal junto ao Ministério Público Federal (MPF-ES), nesta terça-feira (4).
 De acordo com o magistrado, a fala de Manoel Luiz Malaguti configura crime de injúria racial, com base no artigo 140 do Código Penal. Já o professor negou ter dito que “detestaria ser atendido por um médico ou advogado negro”, mas reafirmou a preferência por um profissional branco.
O Ministério Público Federal informou que ainda não recebeu oficialmente a representação do desembargador. Segundo o órgão, assim que o documento chegar, as medidas cabíveis serão adotadas. Já a Ouvidoria da Ufes falou que já instalou uma sindicância para analisar o caso e o prazo para concluir a apuração dos fatos é de 90 dias. Às 15h desta quarta-feira, o reitor da instituição vai falar sobre o caso em coletiva de imprensa.
Desembargador do ES diz que afirmação de professor é criminosa (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Desembargador diz que afirmação de professor é
criminosa (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Segundo um grupo de alunos, a discussão começou durante uma aula de Introdução à Economia Política, na turma do segundo período de Ciências Sociais, quando Malaguti teria feio afirmações preconceituosas.
Uma publicação feita pelo Centro Acadêmico Livre de Ciências Sociais da Ufes em uma rede social destaca que o professor teria dito que “detestaria ser atendido por um médico ou advogado negro”, por exemplo. Cartazes com a foto do mestre e com o título “Professor Racista” estão espalhadas pelo campus da Ufes.
O desembargador afirmou que, a partir do momento em que o professor fez a declaração, ele colocou o negro em condição de inferioridade. “Eu peguei o jornal e li a afirmação de que ele 'detestaria ser atendido por um médico negro'. Por causa disso, entrei com a representação. Eu, como negro, me senti ofendido e parte legítima para acionar o MPF”, falou Silva.
Do G1

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