segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Vale perde R$ 71 bi em apenas 1 dia, a maior da história da Bovespa


A perda de R$ 71 bilhões em valor de mercado sofrida pela Vale nesta segunda-feira (28) é a maior da história do mercado de ações brasileiro, segundo dados da Economatica. A ação da empresa caiu 24% neste pregão, em reação do mercado à tragédia em Brumadinho (MG).
Até esta segunda, o maior recuo em valor de mercado em um único dia havia sido da Petrobras, que, em maio de 2018, perdeu mais de R$ 47 bilhões. Na ocasião, investidores da petroleira reagiam aos desdobramentos da greve dos caminhoneiros e seus reflexos sobre a política de preços da empresa.
Já o maior recuo em valor de mercado em um só dia que a Vale havia registrado antes do pregão desta segunda havia sido em 15 de outubro de 2008, quando a empresa teve perda de R$ 27,4 bilhões, ainda de acordo com a Economatica.
No pregão desta segunda, o mercado reagiu na primeira sessão após o rompimento da barragem da mineradora Vale no Córrego do Feijão.
A empresa anunciou nesta segunda que seu conselho de administração decidiu suspender o pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio (remuneração aos acionistas) e de remuneração variável (bônus).
Desde o incidente, 4 decisões judiciais já bloquearam R$ 11,8 bilhões em recursos da Vale, além de multas no total de R$ 350 milhões.
Diversos bancos e instituições financeiras estrangeiras já cortaram suas recomendações para os ativos da empresa, incluindo Jefferies, HSBC, BMO e Macquarie, entre outros, destaca o Valor Online.
Agências de risco também revisaram a nota da mineradora após o incidente. A S&P colocou a nota de crédito da empresa e de suas subsidiárias em observação para rebaixamento na noite de sexta-feira (25). Nesta segunda, a Fitch rebaixou as notas de crédito da Vale de BBB+ para BBB-. Os ratings da empresa também foram colocados em observação para um possível novo rebaixamento.
Para o economista-Chefe da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira, o incidente gera duas dúvidas principais entre os investidores. “Uma, de curto prazo, que diz respeito a quanto vai custar para os acionistas essa nova tragédia. Outra, de longo prazo, que nos remete ao potencial de novos colapsos nas outras barragens”, disse em nota. “Ainda que os problemas de curto prazo sejam resolvidos com um soluço de 5% a 10% nos preços das ações, os de longo prazo não são facilmente precificáveis.” Globo

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