O Globo
Com o placar de 3 a 1 a favor de sua inelegibilidade no julgamento que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — interrompido nesta quinta-feira e previsto para terminar na sexta —, Jair Bolsonaro afirmou, horas depois da pausa na apreciação da ação pela Corte, que “o jogo não acabou”. Apesar do tom esperançoso, o ex-presidente criticou o posicionamento dos ministros que, até o momento, lhe impuseram uma derrota parcial.
— Vi o resumo de alguns votos. Um falou que eu interferi no resultado das eleições. Se eu interferi, eu tinha que ter ganho. Qual interferência que eu tive na reunião com embaixadores? Pelo amor de Deus. Reunião para falar sobre sistema eleitoral é um crime capital para a política de alguém? — questionou Bolsonaro, acrescentando que, “até aqui”, sente-se “completamente injustiçado”.
O ex-mandatário também fez menção direta ao ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE e um dos principais alvos de ataques bolsonaristas no passado recente. Moraes será o último magistrado a votar na Corte Eleitoral nesta sexta-feira — antes, irão se manifestar Cármen Lúcia e Kassio Nunes Marques.
— O jogo não acabou ainda, tem que esperar acabar. Quem sabe o Alexandre de Moraes tenha um momento de Deus tocar o coração dele. Até aqui, não tocou em momento algum — lamentou Bolsonaro.
Um dos argumentos mais usados por Bolsonaro ao responder às perguntas de jornalistas foi o histórico de defesa do voto impresso — uma antiga bandeira de Leonel Brizola — pelo PDT, sigla que propôs a ação contra ele no TSE. Segundo o ex-presidente, o movimento seria injusto, uma vez que o atual presidente licenciado do partido, Carlos Lupi, também já defendeu publicamente esta modalidade de votação.
Bolsonaro também se disse injustiçado pelo TSE em outras medidas durante as eleições do ano passado. Ele citou especificamente proibições de divulgação de imagens de Lula defendendo o aborto, dos atos de Sete de Setembro e de sua ida ao velório da Rainha Elizabeth, na Inglaterra.
O ex-presidente reclamou ainda de uma fala do aliado Cláudio Castro (PL), governador do Rio, que, mais cedo, disse que Bolsonaro poderia ser mais útil à direita como cabo eleitoral do que como candidato:
— É um pequeno equívoco. Me dou muito bem com o Castro, mas foi infeliz no que falou. Como amigo, como pessoas que se entenderam na politica, tem que pensar sempre e fazer todo o possível para que a gente não perca os direitos políticos.
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