Domingos Costa
Os dois casos de assassinato brutal motivados pela expansão ilegal de construção civil, são parecidos, mas tiveram desfechos diferentes por conta da federalização das investigações de um dos crimes.
Pistoleiros profissionais Jhonatan Silva e Ronnie Lessa, mataram Décio Sá e Marielle Franco, respectivamente no dia 23 de abril de 2012 em São Luís e 14 de março de 2018 no Rio de Janeiro.
É possível comparar o caso Décio Sá com o caso Marielle Franco… E nessa vertente o Blog do Domingos Costa conseguiu algumas semelhanças com os dois assassinatos planejados por “gente muito poderosa” e executados por pistoleiros profissionais.
Primeiro o caso Marielle Franco, que neste domingo (24) teve um desfecho resultante na prisão de poderosos apontados como os mandantes do assassinado da vereadora do Rio de Janeiro no dia 14 de março de 2018, quando também morreu o motorista Anderson Gomes. Foram presos pela Polícia Federal os irmãos Domingos Brazão [conselheiro do Tribunal de Contas], Chiquinho Brazão [Deputado Federal] e o delegado Rivaldo Barbosa [chefe da Polícia Civil do RJ].
A elucidação do assassinado de Marielle Franco e Anderson Gomes só foi possível porque a investigação saiu da esfera estadual e passou para a Polícia Federal, que conseguiu apurar a interferência e participação da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) do Rio de Janeiro.
Já o caso do jornalista e blogueiro maranhense Aldenísio Décio Leite de Sá, o ‘Décio Sá’, ficou atrofiado exatamente nas investigações. O comunicador foi brutalmente assassinado por volta de 23h numa segunda-feira do dia 23 de abril de 2012, quando estava no Bar Estrela do Mar, na Avenida Litorânea, na orla marítima de São Luís.
No próximo mês, completará 12 anos da morte do jornalista que atuava no Grupo Mirante e tinha um blog independente, na época, o mais lido do Maranhão.
Até hoje o verdadeiro mandante do assassinato de Décio Sá nunca foi preso… E um dos motivos foi o fato de que as investigações não foram aprofundadas. Em certo momento, “arranjaram” um jeito de incriminar “bodes expiatórios ” e politizar o crime, ao ponto de inclinar para outra ilicitude da época, a prática da agiotagem, que, aliás, acontece ainda mais forte atualmente nos mesmos moldes, só que com outros personagens da política estadual.
No caso Décio e Marielle, ambos morreram porque combatiam, cada um na sua esfera, construções civis irregulares. Eles estavam atrapalhando os planos de gente com muito poderio financeiro e político.
Nos dois casos, os mandantes dos crimes foram blindados por aqueles que deveriam investigar o crime. Só que no caso de Marielle Franco, como a investigação foi federalizada, tudo foi desvendado. O que lastimavelmente não aconteceu no caso Décio Sá.
Quando o caso do jornalista maranhense assassinado brutalmente completou 11 anos, no mês de abril do ano passado, o Blog do DC publicou uma matéria especial fazendo 11 perguntas até hoje sem respostas.
Os questionamentos seguem até hoje como um verdadeiro mistério e tornando o caso Décio Sá em uma das maiores injustiças da história da política e do judiciário maranhense. E verdade seja dita, muita gente sabe quem – verdadeiramente – mandou matar o jornalista, mas por “milhões” de motivos não têm interesse em desvendar o caso.
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