
Por Davi Alexandre
Ah, os tempos modernos… ou, como costumo dizer, o prenúncio do fim da civilização. Recentemente, me deparei com a história dos “bebês reborn” e refleti: não conheço um só adulto que tenha um. Talvez eu ande com gente normal — ou só não fui convidado para chá de fraldas de plástico. E ainda tem uma minoria que não larga o brinquedo nem para lavar a louça!
Pra mim, é claro: vivemos um surto de adultecência. Uma geração que se recusa a crescer, troca filhos por pets — e agora por bonecos. Isso vem de um certo ranço com a família tradicional, com a ideia de procriar. Preferem abraçar árvores do que entrar num berçário.
No fundo, querem que desistamos de ter filhos — ou que os troquemos por um poodle, ou um boneco hiper-realista em série. Como dizia Eduardo Dusek, com ironia: “Troque seu cachorro por uma criança pobre”. Hoje, parece que a proposta evoluiu (ou regrediu) para: “Adote um boneco e chame isso de maternidade emocional”.
E o que dizer das primas distantes dos bebês reborn — as bonecas infláveis japonesas? Essas, desejadas por tarados solitários que trocaram afeto humano por vinil com cílios postiços e olhar fixo de anime. Um abraço gelado e inflado, mas com garantia de silêncio e submissão. Freud que lute.
E quando esses bonecos “crescerem”? Vão virar manequins… ou algo pior. O mundo anda revirado. Mas sigo rindo. De nervoso? Talvez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário