segunda-feira, 21 de julho de 2025

Don Juan finge ser advogado, e leva mais de R$ 410 mil de mulheres; uma do MA

 

Metrópoles

A vida de um advogado brasiliense mergulhou em uma espiral de confusões por causa de um “Don Juan” que seduziu uma série de mulheres ao redor do país e aplicou o chamado “golpe do amor”, sempre embolsando grandes quantias em dinheiro das vítimas.

O picareta usava fotos e dados pessoais do defensor, que só descobriu o golpe quando as mulheres passaram a cobrá-lo pelo dinheiro emprestado. Apenas uma das “namoradas” amargou o prejuízo de R$ 410 mil.

O advogado Renad Langamer Cardozo de Oliveira luta há longos quatro anos para se desvencilhar das acusações, cobranças e até ameaças provocadas pelos estelionatos.

Pelo menos seis mulheres em diferentes estados do país se envolveram amorosamente — de forma virtual — com o picareta que se passava por Renad.

A coluna apurou que o estelionatário conseguiu reunir informações pessoais sobre a vida e o círculo familiar de Renad. A suspeita é que o golpista captava as vítimas por meio de redes sociais ou aplicativos de relacionamento, sempre se apresentando como advogado e usando o nome “Renato”.

No entanto, as fotos publicadas eram de Renad, que se viu obrigado a suspender suas redes sociais verdadeiras.

Os golpes
Uma das mulheres, que mora no Maranhão, chegou a processar civilmente o advogado brasiliense para reaver uma quantia que, atualmente, está em R$ 410 mil, após a aplicação de juros e correção monetária.

A mulher namorou virtualmente com o advogado fake por cerca de 18 meses. Durante o relacionamento, a vítima fez mais de 50 transferências bancárias para o criminoso.

Quando ela percebeu que foi vítima de golpe e que jamais reaveria o dinheiro, já era tarde. O “Don Juan” desapareceu e deixou a bomba no colo do advogado do DF.

Renad explicou que, no curso do processo, mesmo após apresentar a contestação no qual foi explícito que ele não era o “Don Juan, a vítima apresentou um suposto acordo assinado pelo “advogado” em que ele se comprometeria a pagar um valor.

“No final de tudo, ela pediu a homologação do acordo e a suspensão do processo. O acordo não foi feito por mim e o e-mail utilizado para fazer a assinatura digital não era minha, o documento era fraudado”, afirmou.

De acordo com Renad, todo o imbróglio teve início em junho de 2021, após receber o primeiro contato de uma mulher afirmando que ele estaria devendo valores em razão de um suposto relacionamento.

“De pronto, neguei qualquer vínculo, deixando claro que não a conhecia, que jamais tive qualquer relacionamento com ela e que não devia valor algum. Com o passar do tempo, outras mulheres passaram a me procurar, o que me levou a perceber que alguém usou minha imagem e dados pessoais para se passar por mim e aplicar golpes”, relatou.

Investigação

Outras mulheres de estados, como Maranhão e Mato Grosso, receberam mensagens do “Don Juan”. Sempre carinhoso e fazendo juras de amor, o golpista enredava as vítimas para criar vínculos afetivos, mas o objetivo era sempre o mesmo: arrancar dinheiro das vítimas por meio de pagamentos via pix.

“Todas as vezes em que recebi contatos oriundos de pessoas que alegavam cobrança de dívidas decorrentes de envolvimento com esse ‘Renato’ — por relacionamentos afetivos virtuais —, orientei prontamente que fosse registrado boletim de ocorrência policial”, explicou.

Renad registrou ocorrências policiais sobre os golpes na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) e na 18ª DP (Brazlândia).

“Precisei tomar providências, principalmente em âmbito policial, após receber uma série de áudios com tom agressivo e ameaçador de uma das vítimas do golpista. Nas mensagens, ela afirmava que viria ao meu escritório, em Brasília, e que procuraria meus pais dizendo categoricamente que eu apliquei um golpe nela”, contou.

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