
A data, celebrada em 26 de setembro, marca o reconhecimento da luta pela igualdade social da comunidade surda no país
Na manhã desta quinta-feira (25), o plenário da Câmara Municipal de Imperatriz sediou uma Tribuna Popular em alusão ao Dia Nacional dos Surdos. O espaço foi dedicado à comunidade surda da cidade, com a apresentação de reivindicações, relatos e conquistas, em discussões voltadas à promoção de políticas públicas que assegurem direitos já conquistados e a efetivação de leis que garantam inclusão social.
O vereador Francisco Messias (PDT), propositor da tribuna, destacou a relevância da iniciativa e a necessidade de dar visibilidade a uma comunidade que, segundo ele, precisa ter suas demandas ouvidas e atendidas. Ele lembrou que, como professor e sindicalista, acompanha de perto a luta por acessibilidade, especialmente a presença de intérpretes de Libras em escolas e órgãos públicos.
“Desde 2024 estamos trabalhando para que essa comunidade tenha a visibilidade e a acessibilidade que merece. Durante muito tempo, os surdos não foram ouvidos e respeitados”, ressaltou Messias.
A estudante da escola bilíngue, Emily Riana, também fez uso da tribuna, defendendo que ser surdo não é uma limitação, mas uma identidade. Ela destacou que a comunidade surda possui uma linguagem própria, rica em cultura, que permite comunicação plena e interação com o mundo.
“Parte da sociedade não consegue nos enxergar, mas precisamos continuar tendo orgulho de nós mesmos, sempre lutando. Tivemos uma história de lutas e conquistamos direitos. Inclusão não é favor, é direito. E a função bilíngue é fundamental nesse processo de aprendizagem”, afirmou Emily.
Em discurso emocionado, a aluna ressaltou ainda que a luta da comunidade surda é movida por alegria, amor e esperança em um mundo mais acessível. No mesmo sentido, a estudante Ana Carla destacou que a literatura surda é expressão de identidade e cultura, não apenas uma forma de comunicação.
A gestora escolar e professora Elizandra Lima destacou o papel da Escola Bilíngue de Imperatriz, pioneira no Maranhão e a primeira do país a contar com uma equipe de robótica formada exclusivamente por mulheres surdas, servindo de referência para a promoção da equidade e do direito linguístico.
Representando o Setor de Inclusão e Atenção à Diversidade (SIADI), Joyce Micaele reforçou a importância da valorização da comunidade surda e da criação de leis que garantam maior autonomia. Já o presidente da Comunidade Surda de Imperatriz, Haryson Viana, lembrou que ainda há muitos desafios a enfrentar, como acessibilidade, direito à comunicação, inclusão no mercado de trabalho e ampliação de oportunidades para a comunidade.
A Tribuna Popular reforçou a importância de dar voz às demandas da comunidade surda, promovendo conscientização, respeito e inclusão. A Câmara de Imperatriz reafirma, assim, seu compromisso com a democracia, a cidadania e a participação social.
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