segunda-feira, 23 de abril de 2012

Briga de galo ll


BRIGA DE GALOS TERMINA NA DELEGACIA

Rinha de Galos (Foto Ilustrativa)

Cerca de cinquenta pessoas foram "tocar piano" na regional de Segurança Pública na noite da última sexta-feira (19/04/2011). Foram flagrados no bairro Parque Alvorada em Imperatriz, praticando um "esporte proibido" a famosa  Rinha de Galo.

Não existem registros com detalhes na imprensa local, pois a polícia não deixou os companheiros que fazem o noticiário policial acompanharem a diligencia até o local. Mas, sabe-se que muita gente "da alta" de Imperatriz estava lá nessa diversão macabra que chamam erradamente de “prática esportiva” de brigas de galos.

Galos de briga em criadouros (Ilustração)

A prática constitui crime de crueldade contra os animais previsto no artigo 32 da Lei nº 9605/98, cuja pena vai de 03 (três) meses a 01 (um) ano de detenção além do pagamento de multa. A pena sofre aumento se ocorre morte do animal. Além de constituir também contravenção penal de jogo de azar, prevista no artigo 50 do Decreto-lei nº 3688/41, com pena de prisão simples de 03 (três) meses a 01 (um) ano, além da multa e perda dos móveis e objetos decorativos do local.

Delegado Assis Ramos


A Constituição Federal no artigo 225, § 1º, inciso VII, determina ao Poder Público a proteção da fauna e flora, vedando, na forma da lei, as praticas que submetam os animais à crueldade. Mesmo assim, nossos Tribunais dão conta de que é grande o número de pessoas que insistem com isso. 

Existem pessoas que até se especializam na criação e venda desses animais. Aqui em Imperatriz, o médico André Paulino era criador, mantinha um aviário ao lado do Primeiro Distrito Policial da Sousa Lima. Os diretores regionais de segurança anteriores nunca ligaram para isso, mas o atual Delegado Assis Ramos, desde que aqui chegou tem combatido essa prática.

O que é a Briga de Galos

O que acontece com os galos é descrito minimizadamente pela Ilustre Advogada Edna Cardozo Dias, membro da Câmara Técnica de Assuntos Jurídicos do Conselho Nacional de Meio Ambiente da seguinte maneira:

“Da Preparação à Rinha – Por volta de um ano o galo já está preparado para a briga e passará por sessenta e nove dias de trato. No trato o animal é pelinchado – o que significa ter cortadas as penas de seu pescoço, coxas e debaixo das asas, tem suas barbelas e pálpebras operadas. Iniciou, pois, uma vida de sofrimento, com o treinamento básico.

O treinador, segurando o animal com uma mão no papo e outra no rabo, ou então, segurando-o pelas asas, joga-o para cima e deixa-o cair no chão para fortalecer suas pernas. Outro procedimento consiste em puxa-lo pelo rabo, arrastando-o em forma de oito, entre suas pernas separadas. Depois, o galo é suspenso pelo rabo, para que fortaleça suas unhas na areia.

Outro exercício consiste em empurrar o animal pelo pescoço, fazendo-o girar em circulo, como um pião. Em seguida, o animal é escovado para desenvolver a musculatura e avivar a cor das penas, é banhado em água fria e colocado no sol até abrir o bico, de tanto cansaço. Isto é para aumentar a resistência.

Galo maltratado, quando escapa vivo após combate
O galo passa a vida aprisionado em gaiola pequena, é privado de vida sexual normal, só circulando em espaços maiores na época de treinamento. Chega a hora do galo ser levado às rinhas. Depois da parelha (escolha dos pares), vem o topo, que é a aposta entre os dois proprietários. São, então, abertas as apostas e as lambujas.

Os galos entram no rodo calçados com esporas postiças de metal e bico de prata (que serve para machucar mais ou para substituir o bico já perdido em luta). A luta dura 01h e 15 min, com quatro refrescos de 05 min. Se o galo é “tucado” (recebe golpe mortal) ou é meio-tucado (esta nocaute), a platéia histérica aposta lambujas, que são apostas em vantagens para o adversário. Se o galo ficar caído por 01 minuto o Juiz autoriza o proprietário a “figurar” o galo (tentar coloca-lo de pé). Se ele conseguir ficar de pé por 1 min a briga continua. Se deitar é perdedor.

O galo pode ficar de “espavorido” quando leva uma pancada muito dolorosa e abandona a briga. Se a briga durar 1h 15 min sem um deles cair há empate e topo perde a validade. Faz-se apostas até sobre o refresco. Galo carreirinha é aquele que percorre até cansar o outro que está correndo atrás dele para depois abatê-lo.

Galo canga é aquele que cruza o pescoço dele com o outro, forçando para baixo até que o adversário perca a postura de briga. O galo velhaco é aquele que, no meio da briga, entra por debaixo das pernas do adversário, quando está sendo atacado e depois o pega de emboscada.

Tudo isto comprova que as brigas de galos são cruéis e só podem ser apreciadas por indivíduos de personalidade pervertida e sádicos.” Para finalizar, acrescentamos que tais práticas continuam sendo proibidas e todas as tentativas de legalização são cassadas pela Justiça. 

Por: Josué Moura

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