BRIGA DE GALOS TERMINA NA DELEGACIA
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Rinha de Galos (Foto Ilustrativa) |
Cerca de cinquenta pessoas foram "tocar piano" na regional de Segurança Pública na noite da última sexta-feira (19/04/2011). Foram flagrados no bairro Parque Alvorada em Imperatriz, praticando um "esporte proibido" a famosa Rinha de Galo.
Não existem registros com detalhes na imprensa local, pois a polícia não deixou os companheiros que fazem o noticiário policial acompanharem a diligencia até o local. Mas, sabe-se que muita gente "da alta" de Imperatriz estava lá nessa diversão macabra que chamam erradamente de “prática esportiva” de brigas de galos.
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Galos de briga em criadouros (Ilustração) |
A prática constitui crime de crueldade contra os animais previsto no artigo 32 da Lei nº 9605/98, cuja pena vai de 03 (três) meses a 01 (um) ano de detenção além do pagamento de multa. A pena sofre aumento se ocorre morte do animal. Além de constituir também contravenção penal de jogo de azar, prevista no artigo 50 do Decreto-lei nº 3688/41, com pena de prisão simples de 03 (três) meses a 01 (um) ano, além da multa e perda dos móveis e objetos decorativos do local.
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Delegado Assis Ramos |
A Constituição Federal no artigo 225, § 1º, inciso VII, determina ao Poder Público a proteção da fauna e flora, vedando, na forma da lei, as praticas que submetam os animais à crueldade. Mesmo assim, nossos Tribunais dão conta de que é grande o número de pessoas que insistem com isso.
Existem pessoas que até se especializam na criação e venda desses animais. Aqui em Imperatriz, o médico André Paulino era criador, mantinha um aviário ao lado do Primeiro Distrito Policial da Sousa Lima. Os diretores regionais de segurança anteriores nunca ligaram para isso, mas o atual Delegado Assis Ramos, desde que aqui chegou tem combatido essa prática.
O que é a Briga de Galos
O que acontece com os galos é descrito minimizadamente pela Ilustre Advogada Edna Cardozo Dias, membro da Câmara Técnica de Assuntos Jurídicos do Conselho Nacional de Meio Ambiente da seguinte maneira:
“Da Preparação à Rinha – Por volta de um ano o galo já está preparado para a briga e passará por sessenta e nove dias de trato. No trato o animal é pelinchado – o que significa ter cortadas as penas de seu pescoço, coxas e debaixo das asas, tem suas barbelas e pálpebras operadas. Iniciou, pois, uma vida de sofrimento, com o treinamento básico.
O treinador, segurando o animal com uma mão no papo e outra no rabo, ou então, segurando-o pelas asas, joga-o para cima e deixa-o cair no chão para fortalecer suas pernas. Outro procedimento consiste em puxa-lo pelo rabo, arrastando-o em forma de oito, entre suas pernas separadas. Depois, o galo é suspenso pelo rabo, para que fortaleça suas unhas na areia.
Outro exercício consiste em empurrar o animal pelo pescoço, fazendo-o girar em circulo, como um pião. Em seguida, o animal é escovado para desenvolver a musculatura e avivar a cor das penas, é banhado em água fria e colocado no sol até abrir o bico, de tanto cansaço. Isto é para aumentar a resistência.
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Galo maltratado, quando escapa vivo após combate |
O galo passa a vida aprisionado em gaiola pequena, é privado de vida sexual normal, só circulando em espaços maiores na época de treinamento. Chega a hora do galo ser levado às rinhas. Depois da parelha (escolha dos pares), vem o topo, que é a aposta entre os dois proprietários. São, então, abertas as apostas e as lambujas.
Os galos entram no rodo calçados com esporas postiças de metal e bico de prata (que serve para machucar mais ou para substituir o bico já perdido em luta). A luta dura 01h e 15 min, com quatro refrescos de 05 min. Se o galo é “tucado” (recebe golpe mortal) ou é meio-tucado (esta nocaute), a platéia histérica aposta lambujas, que são apostas em vantagens para o adversário. Se o galo ficar caído por 01 minuto o Juiz autoriza o proprietário a “figurar” o galo (tentar coloca-lo de pé). Se ele conseguir ficar de pé por 1 min a briga continua. Se deitar é perdedor.
O galo pode ficar de “espavorido” quando leva uma pancada muito dolorosa e abandona a briga. Se a briga durar 1h 15 min sem um deles cair há empate e topo perde a validade. Faz-se apostas até sobre o refresco. Galo carreirinha é aquele que percorre até cansar o outro que está correndo atrás dele para depois abatê-lo.
Galo canga é aquele que cruza o pescoço dele com o outro, forçando para baixo até que o adversário perca a postura de briga. O galo velhaco é aquele que, no meio da briga, entra por debaixo das pernas do adversário, quando está sendo atacado e depois o pega de emboscada.
Tudo isto comprova que as brigas de galos são cruéis e só podem ser apreciadas por indivíduos de personalidade pervertida e sádicos.” Para finalizar, acrescentamos que tais práticas continuam sendo proibidas e todas as tentativas de legalização são cassadas pela Justiça.
Por: Josué Moura
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