Sob a alegação de estado de emergência sanitária decretado pelo Governo do Estado e pela Prefeitura de Coroatá, há 70 dias a Câmara de Municipal está completamente sem nenhuma atividade.
Apesar de não realizar sessões e de estar sem qualquer expediente administrativo, o presidente da Casa, vereador Junior Buhatem, tem realizado algumas licitações nesse período.
Duas licitações em especial chamam atenção: uma para contratação de uma caminhonete de luxo e outra para aquisição de 15 mil litros de óleo diesel. Os dois contratos custarão aos cofres públicos quase R$120 mil.
Uma denúncia do vereador Saddam Nunes (PRB) trouxe à luz o caso, já que, segundo ele, os próprios membros do Legislativo nunca souberam da existência de nenhum carro locado para a Câmara, tampouco de toda essa quantidade de combustível adquirida.
“Nunca existiu carro locado ano passado e não existe agora. O que existe, de fato, é uma licitação constituída no papel para justificar a saída de altas quantias de dinheiro público mediante a emissão de notas fiscais suspeitas e inconsistentes”, diz um trecho de representação encaminhada por Nunes ao Ministério Público.
“Se não existia necessidade de carro antes, muito menos existe agora, com a Câmara fechada completamente por mais de 70 dias e sem previsão de voltar às atividades. É muito estranho que tais contratos estejam sendo pagos, principalmente a locação de um carro que nunca se viu”, argumenta o parlamentar.
De acordo com ele, enquanto todos os esforços dos governos estão concentrados no combate ao coronavírus, essas licitações da Câmara surpreenderam o povo de Coroatá. Por toda a cidade, afirma o vereador, a avaliação é de que os políticos estão se aproveitando da distração e preocupação da sociedade com a crise de saúde pública para promover uma farra com o dinheiro do contribuinte.
G Léda
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