quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Weverton se reaproximou de Dino com a ajuda de Lupi

 

Relator da indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Weverton (PDT-MA) vive uma relação de idas e vindas com o ministro da Justiça — o estágio atual é de aliado, e o parlamentar já adiantou que será favorável à aprovação para a Corte e vai ajudar na conquista de votos. Os dois já estiveram lado a lado, mas romperam depois que Weverton foi preterido por Dino, que escolheu outro nome para ser o candidato do grupo político na sucessão ao governo do Maranhão, em 2022. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, ajudou a aparar as arestas.

Depois da eleição, houve uma reaproximação, que pavimentou a escolha do senador para a função, seguida do parecer a favor. A previsão do parlamentar é que o ministro consiga mais de 50 votos no plenário e um apoio mais apertado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com 17 senadores, três a mais do que o necessário. Interlocutores de ambos avaliam que o embate foi superado, mas, ao mesmo tempo, o entendimento é que a relação não voltou ao patamar de antes.

Weverton e Dino voltaram a conversar no primeiro semestre. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que é presidente licenciado do PDT, cobrou do senador que a relação com Dino fosse restabelecida. O PDT, de Weverton, e o PSB, de Dino, negociam se unir em uma federação para evitar que sofram com a da cláusula de barreira.

— Depois da eleição, quando ele (Dino) assumiu o ministério, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, providenciou um encontro conosco para conversar. O próprio Lupi disse: “Para falar de federação, é bom a gente começar a resolver os problemas internos. Como a gente vai falar de federação se, no Maranhão, PDT e PSB não vieram juntos na última eleição?” — disse Weverton.

No ano passado, o pedetista lançou candidatura a governador mesmo sem o apoio de Dino. Em janeiro de 2022, chegou a reclamar da escolha de Carlos Brandão (PSB-MA) como candidato do grupo — Brandão acabou sendo eleito.

– Acabo de receber uma notícia que me deixou muito triste. O governador Flávio Dino vai apoiar o seu vice-governador na próxima eleição. Fiquei desapontado, principalmente porque estive do lado do Flávio por todo o seu governo e sua vida pública — declarou.

Em resposta, Weverton decidiu não apoiar Dino para senador e declarou voto no bolsonarista Roberto Rocha (PTB-MA), que perdeu a disputa para o ministro. Em eleições passadas, Weverton e Dino costumavam estar juntos. O parlamentar se elegeu para o Senado em 2018 na mesma chapa em que o ministro foi reeleito governador. Apesar de ter declarado apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição do ano passado, o senador do PDT é próximo do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e teve o apoio do PL para disputar o governo do Maranhão.

Proximidade com Alcolumbre

Weverton é próximo do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (União-AP), e costuma ficar com a relatoria de projetos considerados prioritários pelo aliado, como o que mudou a lei de improbidade administrativa, o que muda a lei do impeachment e o critério de desempate em julgamentos criminais.

Interlocutores de Alcolumbre dizem que a escolha do parlamentar para relatar a indicação de Dino ao STF aconteceu por ser um nome de confiança do senador do União Brasil e também do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Além disso, também avaliam que o fato de ele ser do mesmo estado do indicado ao STF e de perfil considerado equilibrado contribuiu para a escolha. Um dia após a indicação de Dino, Weverton participou de um almoço com o ministro e também esteve junto dele em uma reunião com Alcolumbre no Senado.

Durante a definição dos nomes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do 8 de Janeiro, Alcolumbre e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegaram a ensaiar uma negociação para colocar Weverton na relatoria. A expectativa era que o senador do PDT cumprisse um papel semelhante ao que foi desempenhado pelo presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União-BA), que mesmo não embarcando totalmente nas demandas da oposição, serviu como um meio para que o grupo tivesse parte de seus pedidos atendidos, sobretudo aos relacionados a ações contra Dino. Apesar disso, a escolhida para ser relatora foi a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que é próxima do ministro da Justiça. O senador do PDT nega a negociação para ser relator da CPI e disse que não tentou participar nem como membro. (O Globo)

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