sexta-feira, 10 de maio de 2024

Especialista alertou há dez anos sobre os eventos climáticos externos no Rio Grande do Sul – nada foi feito e cidades inteiras terão que mudar de lugar


Por Alex Ferreira Borralho

Intensificação dos fenômenos extremos que atualmente acompanhamos no Rio Grande do Sul, foi previamente divulgada pelo climatologista Francisco Eliseu Aquino, que propalou várias vezes a combinação de fatores que poderia resultar na destruição ora vivenciada.

Francisco é Chefe do Departamento de Geografia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), sendo um professor que pesquisa mudanças climáticas globais e eventos extremos há três décadas, somando 17 expedições ao continente antártico no currículo.

Grosso modo, o RS inteiro tende a sofrer consequências de inundações, chuvas intensas, estiagem, granizo e vendaval. Todos os eventos meteorológicos monitorados nos últimos anos, sejam ciclones, frentes frias, tempestades severas, inundações, granizo, ondas de calor, estiagem, eles já ocorriam no RS. Porém, com a mudança climática, ganharam intensidade e frequência. A partir de 2016, observamos um maior número de eventos extremos. E há uma aceleração nos últimos cinco anos”, destacou o professor.

O mencionado climatologista registra ainda que “Temos um caminho longo, mas ele precisa ser trilhado logo. Vou dar um exemplo: aqui, tínhamos ótimas pontes, bem construídas, sólidas. Mas a mudança do clima aumentou a vazão dos rios, ampliou os eventos extremos, e hoje essa infraestrutura não está suportando a sequência dos acontecimentos. Portanto, teremos que fazer pontes mais reforçadas, mais altas, remodelar traçados específicos. Vamos precisar repensar sua situação geográfica. Qual a capacidade de recuperação de uma cidade que, pela terceira vez, está completamente inundada em menos de um ano.”

Já o ecólogo e doutor em Ciências Marcelo Dutra da Silva, no ano de 2022 já havia advertido sobre o despreparo do Rio Grande do Sul para catástrofes climáticas vindouras. “Não adianta querer reconstruir tudo o que foi destruído nesse evento de agora tentando fazer como era antes. Isso já não dá mais. Cidades inteiras vão ter que mudar de lugar”, ressaltou Marcelo.

Fontes: Francisco Eliseu Aquino e Marcelo Dutra da Silva.

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