segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Brasileiros confiam mais no juiz de futebol do que em partidos, diz pesquisa Quaest

 

Os juízes de futebol aparecem em terceiro lugar entre as instituições consideradas menos confiáveis por brasileiros, segundo os dados de pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje. Os árbitros são vistos como alvo de desconfiança por 52% de entrevistados, ficando atrás somente das redes sociais, com 57% e dos partidos políticos, que somaram 63%.

Os que confiam nos juízes de futebol são 43%. O percentual se aproxima na segurança da população em relação ao Congresso, que chega a 45%; no Supremo Tribunal Federal (STF), com 50%; e no presidente da República, que obteve um percentual de 54%.

O CEO da Quaest, Felipe Nunes, destaca que “instituições de fé e força aparecem mais confiáveis que instituições democráticas, que são mais confiáveis que juízes de futebol e redes sociais”.

“Pesquisa Genial/Quaest revela que brasileiros continuam confiando mais em instituições de fé e força (igrejas, PM e forças armadas) que instituições democráticas (partidos políticos, congresso e STF)”, disse.

“Houve uma piora generalizada no grau de confiança institucional dos brasileiros nos últimos 4 anos”, complementou Nunes.

De acordo com Nunes, a tendência expõe um padrão maior de desconfiança entre os brasileiros, repassada de geração em geração, e replicada em formas distintas de relação com autoridades.

— É simbólico trazer o juiz de futebol para essa conversa, porque acho que ele é sintomático dessa grande desconfiança interpessoal que nós, brasileiros, temos. Desde cedo, por exemplo, educamos as crianças para desconfiarem do juiz, uma figura que representa, dentro do campo, a regra e a lei. Isso acaba fomentando essa outra desconfiança que, mais tarde, se expande e impacta na percepção das instituições políticas — ele explica.

O cientista político também afirma o quadro de insegurança nas instituições tende a se tornar um obstáculo que impede o fortalecimento nacional.

— Todos os estudos de economia política no mundo mostram que sociedades que é mais difícil alcançar altos níveis de desenvolvimento econômico, político e institucional sem uma base de confiança institucional forte, então precisamos estar atentos a isso — conclui Nunes.

O ranking de confiabilidade, da instituição mais confiável para menos confiável, aparece nessa ordem: Igreja católica; Polícia Militar; militares/ forças armadas; igrejas evangélicas; prefeitos; bancos; presidente da República; imprensa; STF; Congresso Nacional; juiz de futebol; redes sociais; e partidos políticos.

A pesquisa realizou 12.150 entrevistas entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Confira o ranking completo:

  • Igreja católica: 73% confiam; 25% não confiam; 2% não sabem ou não responderam
  • Polícia Militar: 71% confiam; 28% não confiam; 1% não sabem ou não responderam
  • Militares/ forças armadas: 70% confiam; 28% não confiam; 2% não sabem ou não responderam
  • Igrejas evangélicas: 65% cofiam; 32% não confiam; 3% não sabem ou não responderam
  • Prefeito da sua cidade: 63% confiam; 35% não confiam; 2% não sabem ou não responderam
  • Bancos: 63% confiam; 26% não confiam; 1% não sabem ou não responderam
  • Presidente da República: 54% confiam; 44% não confiam; 2% não sabem ou não responderam
  • Imprensa: 50% confiam; 47% não confiam; 3% não sabem ou não responderam
  • STF: 50% confiam; 47% não confiam; 3% não sabem ou não responderam
  • Congresso Nacional: 45% confiam; 52% não confiam; 3% não sabem ou não responderam
  • Juiz de futebol: 43% confiam; 52% não confiam; 5% não sabem ou não responderam
  • Redes sociais: 41% confiam; 57% não confiam; 2% não sabem ou não responderam
  • Partidos políticos: 36% confiam; 63 nãos confiam; 1% não sabem ou não responderam

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