Os juízes de futebol aparecem em terceiro lugar entre as instituições consideradas menos confiáveis por brasileiros, segundo os dados de pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje. Os árbitros são vistos como alvo de desconfiança por 52% de entrevistados, ficando atrás somente das redes sociais, com 57% e dos partidos políticos, que somaram 63%.
Os que confiam nos juízes de futebol são 43%. O percentual se aproxima na segurança da população em relação ao Congresso, que chega a 45%; no Supremo Tribunal Federal (STF), com 50%; e no presidente da República, que obteve um percentual de 54%.
O CEO da Quaest, Felipe Nunes, destaca que “instituições de fé e força aparecem mais confiáveis que instituições democráticas, que são mais confiáveis que juízes de futebol e redes sociais”.
“Pesquisa Genial/Quaest revela que brasileiros continuam confiando mais em instituições de fé e força (igrejas, PM e forças armadas) que instituições democráticas (partidos políticos, congresso e STF)”, disse.
“Houve uma piora generalizada no grau de confiança institucional dos brasileiros nos últimos 4 anos”, complementou Nunes.
De acordo com Nunes, a tendência expõe um padrão maior de desconfiança entre os brasileiros, repassada de geração em geração, e replicada em formas distintas de relação com autoridades.
— É simbólico trazer o juiz de futebol para essa conversa, porque acho que ele é sintomático dessa grande desconfiança interpessoal que nós, brasileiros, temos. Desde cedo, por exemplo, educamos as crianças para desconfiarem do juiz, uma figura que representa, dentro do campo, a regra e a lei. Isso acaba fomentando essa outra desconfiança que, mais tarde, se expande e impacta na percepção das instituições políticas — ele explica.
O cientista político também afirma o quadro de insegurança nas instituições tende a se tornar um obstáculo que impede o fortalecimento nacional.
— Todos os estudos de economia política no mundo mostram que sociedades que é mais difícil alcançar altos níveis de desenvolvimento econômico, político e institucional sem uma base de confiança institucional forte, então precisamos estar atentos a isso — conclui Nunes.
O ranking de confiabilidade, da instituição mais confiável para menos confiável, aparece nessa ordem: Igreja católica; Polícia Militar; militares/ forças armadas; igrejas evangélicas; prefeitos; bancos; presidente da República; imprensa; STF; Congresso Nacional; juiz de futebol; redes sociais; e partidos políticos.
A pesquisa realizou 12.150 entrevistas entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Confira o ranking completo:
- Igreja católica: 73% confiam; 25% não confiam; 2% não sabem ou não responderam
- Polícia Militar: 71% confiam; 28% não confiam; 1% não sabem ou não responderam
- Militares/ forças armadas: 70% confiam; 28% não confiam; 2% não sabem ou não responderam
- Igrejas evangélicas: 65% cofiam; 32% não confiam; 3% não sabem ou não responderam
- Prefeito da sua cidade: 63% confiam; 35% não confiam; 2% não sabem ou não responderam
- Bancos: 63% confiam; 26% não confiam; 1% não sabem ou não responderam
- Presidente da República: 54% confiam; 44% não confiam; 2% não sabem ou não responderam
- Imprensa: 50% confiam; 47% não confiam; 3% não sabem ou não responderam
- STF: 50% confiam; 47% não confiam; 3% não sabem ou não responderam
- Congresso Nacional: 45% confiam; 52% não confiam; 3% não sabem ou não responderam
- Juiz de futebol: 43% confiam; 52% não confiam; 5% não sabem ou não responderam
- Redes sociais: 41% confiam; 57% não confiam; 2% não sabem ou não responderam
- Partidos políticos: 36% confiam; 63 nãos confiam; 1% não sabem ou não responderam
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