A federação formada por União Brasil e Progressistas (PP) anunciou nesta terça-feira (2) que seus filiados deverão deixar os cargos que ocupam no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão atinge diretamente os ministros André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), ambos deputados federais licenciados, que têm até 30 de setembro para entregar os postos.
Apesar do anúncio, o Ministério do Esporte afirmou hoje que Fufuca segue trabalhando “normalmente”. Por meio de nota, a pasta informou que ele “cumpre rigorosamente a sua agenda institucional e segue despachando normalmente”.
De acordo com as legendas, o descumprimento do prazo implicará afastamento imediato das atividades partidárias e até expulsão, conforme os estatutos internos. A medida, porém, não se aplica a outras indicações ligadas às duas siglas em órgãos estratégicos, como a presidência da Caixa Econômica Federal, ocupada por Carlos Vieira, e os ministérios das Comunicações e Integração, comandados por Frederico Siqueira e Waldez Góes, indicados pelo União Brasil.
O anúncio ocorre em meio a um cenário de tensão política no Congresso, marcado pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e por discussões em torno de uma eventual anistia. Com a decisão, a base aliada do governo Lula perde força significativa: juntos, União Brasil e PP reúnem 109 deputados e 14 senadores, além de quatro ministérios.
A reação do Planalto foi imediata. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que respeita a decisão das siglas, mas destacou que a permanência no governo exige “compromisso com o presidente Lula e com as pautas centrais do governo”, citando a defesa da justiça tributária, da democracia e do estado de direito. Para o Palácio do Planalto, a postura de Fufuca e Sabino será fundamental para avaliar o tamanho real da ruptura e seus impactos no cenário eleitoral de 2026.
G Léda
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