
A divulgação das gravações de dinistas pressionando o governo Carlos Brandão (PSB) por concessões eleitorais no pleito de 2024 forçou os dinistas a antecipar – ou tornar público – um posicionamento que já era latente.
Os aliados do ministro Flávio Dino, do STF, na política maranhense querem afastar definitivamente o governador do presidente Lula (PT).
A estratégia já havia ficado clara no dia da divulgação dos áudios: em discurso na tribuna da Câmara, o deputado federal Rubens Júnior (PT), um dos gravados, fez questão de ressaltar que o vazamento ocorrera pelas mãos de um bolsonarista, o deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB).
No mesmo dia, o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), outro dos gravados, a senadora Ana Paula Lobato (PSB), e os deputados estaduais Othelino Neto (SD) e Carlos Lula (PSB), já haviam posado para foto após uma reunião com a ministra Gleisi Hoffman (PT), da Secretaria de Relações Institucionais do governo federal, reforçando sua proximidade com o petismo.
A mesma tese de aproximação entre Brandão e o bolsonarismo foi sustentada por dinistas na quarta-feira, 22, em pronunciamentos na Assembleia Legislativa.
A ideia é promover uma dicotomia que leve o presidente Lula a cortar relações com o governo local, em prol do projeto de candidatura do atual vice-governador, Felipe Camarão, que é filiado ao PT.
O maior empecilho ao plano até agora, no entanto, é o próprio Brandão: mesmo quando Dino ainda estava na política, o governador sempre conseguiu ter acesso direto ao presidente Lula, com quem tem conversado reiteradamente nos últimos meses sobre a necessidade de a esquerda conseguir, também no Maranhão, eleger dois senadores em 2026.
Brandão tem garantido que consegue ajudar o petista nesta missão no ano que vem.
Fora do governo, os dinistas não têm tanta certeza de que conseguem.
É um trunfo e tanto a favor do governador…
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