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Foto: Ricardo Stuckert/PR |
Após a rejeição da MP que substituiria o aumento do IOF, o governo Lula iniciou uma série de exonerações em cargos de segundo escalão, atingindo principalmente indicados por partidos do Centrão — como PP, PSD, União Brasil e MDB. As demissões são interpretadas como uma retaliação direta à articulação que levou à derrota da proposta na Câmara dos Deputados.
Entre os exonerados estão nomes ligados ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), a lideranças do PSD comandado por Gilberto Kassab e a deputados do União Brasil. As mudanças ocorreram em órgãos como a Caixa Econômica Federal, Codevasf, Iphan, Dnit e em superintendências do Ministério da Agricultura. No entanto, o Palácio do Planalto poupou aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cuja indicação para a presidência da Caixa segue mantida. Lira, inclusive, não participou da votação da MP.
O governo vê essa votação como um marco para medir a lealdade dos partidos que compõem sua base. Deputados que votaram contra ou ajudaram a retirar a MP da pauta foram os primeiros a ser atingidos. Já aqueles que se abstiveram, como Lira, ainda não enfrentaram consequências. Segundo auxiliares de Lula, a medida também tem uma motivação eleitoral, mirando o cenário político de 2026.
A decisão gerou descontentamento entre parlamentares do Centrão. Líderes de partidos criticaram a postura do governo, classificando as demissões como um erro estratégico que pode ampliar o desgaste na relação com a Câmara. Eles destacam que a votação tratava apenas da retirada de pauta, não do mérito da proposta, e consideram a reação do Planalto excessiva.
Apesar das exonerações, o governo sinaliza que ainda está aberto ao diálogo com os partidos afetados. A avaliação interna é que a medida serviu como um recado político, sem, no entanto, fechar portas para futuras negociações no Congresso.
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