02 de Dezembro - Dia Nacional do Samba
Hoje é Dia Nacional do Samba. O ritmo é patrimônio cultural do
país, mas no passado já provocou perseguições policiais e prisões. Para escapar
da repressão os sambistas se refugiavam dentro de trens e a batucada sobre
trilhos virou uma tradição carioca.
Os Poetas da Batucada, sambistas que fizeram do samba uma obra
de arte, Mestres como Cartola, Noel Rosa e Moreira da Silva,
transformaram a música brasileira ao introduzir o jeito de falar
do povo e episódios cotidianos nas canções.
Nada melhor para entender a cultura brasileira do que o samba;
as lendas, as histórias, os costumes. Tudo está ali, nas letras, que parecem
crônicas cantadas, um gênero carregado de lirismo e originalidade, de
malandragem e sensibilidade, que documentava a vida no morro e descrevia as
agruras do amor que, pela simplicidade de sua sofisticação, atraiu os
intelectuais, desceu do morro e ganhou o
mundo, sem nunca perder as raízes.
Noel Rosa foi o 1º Mestre Brasileiro da palavra cantada.
A partir de descobertas de viajantes portugueses no século
XVIII, em Angola e no Congo, o etnólogo Câmara Cascudo descobriu três tipos de
dança que continham a base do ritmo que originou os sambas brasileiros. Estas
danças são: a Dança da Umbigada, a de Pares e a de Roda. Essa música e essas
danças foram trazidas para o Brasil pelos escravos. Dos nomes e das
ramificações desse ritmo africano temos hoje o Tambor de Crioula no Maranhão; o
Bambelô, no Rio Grande do Norte; o Côco, o Milindo, o Piauí e o Samba no Ceará e na Paraíba; o Côco de
Parelha Trocada, o Côco Solto, o Troca Parelha ou Côco Trocado, o Virado e o
Côco em Fileira em Pernambuco; o Samba de Roda e o Batebaú na Bahia;
O Jongo, o Samba-lenço, o Samba Rural e o Samba de Roda em São
Paulo; o Caxambú, o Jongo, o Samba e o Partido Alto, no Rio de Janeiro.
O 1º samba gravado no Brasil foi Pelo Telefone, em 1917,
escrito por Mauro de Almeida e Donga, que sempre freqüentou rodas de samba e
candomblé.
Na década de 1930, os grandes sambistas e compositores foram:
Noel Rosa, autor de Conversa de Botequim; Cartola, de As Rosas não
falam; Dorival Caymmi, de O que é que a Baiana tem?; Ary
Barroso, de Aquarela do Brasil
e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze.
Nas décadas de 1970 e 1980, surgiu uma nova geração de
sambistas: Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza
Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir
Blanc.
Correndo o risco de omissão por descuido ou esquecimento, outros
importantes sambistas de Todos os Tempos: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen
Miranda, Elton Medeiros, Nélson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de
Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nélson
Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e
Lamartine Babo, entre outros....
O samba baiano é influenciado pelo Lundu e Maxixe, com letras
simples, balanço rápido e ritmo repetitivo. Já o Samba de Roda, surgido na
Bahia no século XIX, apresenta elementos culturais afro-brasileiros.
No Rio de Janeiro, o Samba está ligado à vida nos Morros, sendo
que as letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da
vida de uma forma amena e muitas vezes com humor.
Em São Paulo o Samba ganha uma conotação de mistura de raças.
Com influência italiana, as letras são mais elaboradas e o sotaque dos bairros
de trabalhadores ganha espaço no estilo do Samba de São Paulo.
O dia foi escolhido, segundo a lenda, após a visita de Ary Barroso ao território baiano, onde foi homenageado pelo vereador Luis Monteiro da Costa. A homenagem foi baseada no samba “Na Baixa do Sapateiro” onde Ary Barroso reverencia Salvador.
Fonte: Google
Por: Val Ce1
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