A imprensa do Maranhão perdeu, na noite de ontem, o jornalista Eloy Cutrim, considerado uma lenda da crônica policial. Eloy trabalhou nos principais jornais de São Luís, com especial destaque para o Jornal de Hoje, onde marcou atuação com um estilo singular. Não seguia código de normas nem regras de jornalismo, agia por absoluta intuição, que era a sua marca registrada.
Quando João Paulo II sofreu atentado na Praça de São Pedro, estampou na primeira página do jornal: “Diabo solto em Roma. Papa entupido de bala dentro do carango”. O mundo veio abaixo, e o jornal teve que se retratar pelo que a Igreja Católica considerou uma ofensa e um sacrilégio.
Debochado, e também vaidoso, depois de descobrir laços de parentescos entre nós, sempre que saímos juntos ele se apressava em me apresentar aos seus amigos: “É jornalista dos bons, é meu primo”.
Sem Eloy Cutrim, o jornalismo do Maranhão perde uma de suas melhores características: a ousadia.
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