O senador Weverton Rocha (PDT-MA), designado para relatar a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF), reagiu com bom humor ao desafio que terá pela frente. Segundo informou O Globo, o pedetista disse ter recebido uma espécie de “granada sem pino”, em alusão ao ambiente de tensão que envolve a sucessão do ministro Luís Roberto Barroso, que deixou a Corte no fim de outubro.
Weverton soube da escolha enquanto cumpria agenda em Roma e afirmou que, neste momento, está mapeando o cenário interno do Senado para compreender o tamanho das resistências ao nome de Messias. A indicação do atual advogado-geral da União dividiu parlamentares — parte deles gostaria que o presidente Lula tivesse preferido o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para a vaga.
Diante das dificuldades, Messias intensificou desde o início da semana uma rodada de visitas individuais aos gabinetes, numa tentativa de construir apoio e dissipar desconfianças. A principal queixa entre senadores é a percepção de que o Palácio do Planalto conduziu o processo de forma pouco transparente, sem diálogo prévio com figuras influentes da Casa.
A pressão sobre o indicado cresceu após o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (União-AP), marcar a sabatina para 10 de dezembro — apenas nove dias depois do envio oficial da mensagem presidencial. A avaliação é de que o curto prazo aumenta a temperatura política e reduz espaço para articulações mais amplas.
Para ser aprovado, Messias precisará de maioria simples tanto na CCJ quanto no plenário do Senado. O clima, no entanto, indica que o caminho até o Supremo exigirá intensa costura política nas próximas semanas.
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