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A turma ligada ao PCdoB não tem qualquer constrangimento em afirmar: foi a Juventude do PMDB quem iniciou os atos de vandalismo que culminaram com a depredação da sede da Prefeitura de São Luís. Ainda ontem à noite (19), por exemplo, o secretário de Comunicação do Município, Márcio Jerry (PCdoB), garantiu ao titular deste blog que hoje (20) apresentaria imagens que comprovariam as ilações. Até agora nada.
O fato, meus caros, é que, mais uma vez, a discussão política no estado fica resumida à dicotomia Sarney x Anti-Sarney. O que é péssimo.
Mesmo num movimento apartidário e legitimamente nascido dos anseios do cidadão comum, há quem, para defender interesses tacanhos de legendas - e decorre disso, também, o desprestígio delas (veja post abaixo) -, reforce um debate que, de fato, não existiu nas manifestações do #vemprarua.
Senão vejamos: admitindo-se que foram membros do PMDB quem depredou a Prefeitura, a quem se poderia atribuir, então, a tentativa de invasão e a depredação do Palácio dos Leões? Ao mesmo PMDB, partido da governadora Roseana Sarney?
E mais: quem destruiu um carro da TV Mirante foram os mesmos
peemedebistas?
Claro que não.
A verdade, meus caros, é que, como em todo o Brasil, houve aqui em São Luís vândalos, baderneiros, arruaceiros, misturados ao movimento. Havia também batedores de carteira, gente que foi pra lá apenas para consumir bebidas e drogas, desocupados em geral e, sim, militantes de vários partidos políticos - além do PMDB, o blog já identificou nas imagens gente do PDT, do PCdoB e do PSB.
Eles eram minoria, felizmente, mas o estrago que fizeram acaba manchando um movimento pacífico que já marcou a história política do Maranhão. E o oportunismo político-partidário só faz piorar a imagem ruim que até formadores de opinião têm das manifestações.
Oportunismo
O discurso de que o quebra-quebra na Prefeitura de São Luís partiu de jovens ligados ao PMDB não passa de oportunismo da comunicação municipal para tentar minimizar o fato de que, há apenas seis meses no comando local, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) já sofre certo desgaste.
A Polícia Militar chegou a cercar, por conta própria, o Palácio de La Ravardère com as mesmas grades que fizeram a proteção do Palácio dos Leões. O prefeito mandou retirar. A estratégia era mostrar que se estava "aberto ao diálogo" e que apenas o Governo do Estado temia a manifestação.
Ocorre que os manifestantes que realmente cobram melhorias, fazem não mais que isso: cobrar. E cobraram tanto do Governo, quanto da Prefeitura - mais do primeiro, sem dúvidas.
A quebradeira, no entanto, partiu de vândalos, que escolheram a Prefeitura justamente por ser o alvo mais fácil. Nada além disso.
Houvesse agido o prefeito com o mínimo de bom-senso, teria evitado tamanho dano ao patrimônio público, que só não foi maior porque, mesmo dispensados por Edivaldo Júnior, os homens da Polícia Militar que faziam a segurança da sede do Governo também agiram para proteger o La Ravardière.
E agora, para escamotear o desgaste do prefeito e a falta de habilidade administrativa para conduzir este caso específico, tentam culpar quem não tem nada que ver com a história.
Por Gilberto Léda
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